sexta-feira, fevereiro 20, 2009

Façamos (mesmo!!!) de conta…

Façamos de conta que toda a verdade do caso Freeport já está apurada e que não houve policias, jornalistas e políticos julgados em 2006 por tentativa de conspiração contra aquele que na altura era secretário-geral do maior partido da oposição. Façamos de conta que um primeiro-ministro cessante nunca lançou suspeitas sobre a orientação sexual de um político adversário em Portugal. Façamos de conta que Mário Crespo é especialista em Direito público e pode julgar se os processos administrativos são bem ou mal conduzidos. Façamos de conta que no caso “Portucale” não se despachou um massivo abate de sobreiros também a meia dúzia de dias do fim do mandato. Façamos de conta que isso não aconteceu. Façamos de conta que a família se escolhe e não é aquela que se tem. Façamos de conta que essa familia serve para atacar alguém. Façamos de conta que a universidade que licenciou José Sócrates não foi mandada fechar por um governo liderado pelo mesmo (que medo que ele tinha!! ) após anos de situações mal explicadas. Façamos de conta que Mário Crespo é professor de inglês e por isso capaz de avaliar o inglês de cada um (que diria Mário Crespo do francês de Soares???). Façamos de conta, porque dá jeito, que Freitas do Amaral não é o maior especialista em Direito Administrativo do país.

Façamos de conta que Mário Crespo para além de especialista em inglês, especialista em Direito Administrativo e perito em ensino universitário é ainda catedrático de economia e gestão e por isso perfeitamente capaz de desdizer do papel do primeiro-ministro na condução do país durante a crise. Façamos de conta que o governo português não tomou medidas contra a crise que semanas depois foram secundadas por toda a União Europeia. Façamos de conta que não existem milhares de crianças do ensino básico a ter contacto com as novas tecnologias e que na avaliação do European Inovations Score Award, Portugal não foi o quinto país que mais progrediu tecnologicamente com uma aceleração que o presidente do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, José Tribolet, considera que era necessária. Façamos de conta que uma perita da OCDE não escreveu um editorial altamente elogiador da política de educação praticada em Portugal. Façamos de conta que Jorge Coelho não falou numa reunião privada e em termos jocosos. Façamos de conta que Augusto Santos Silva disse que gostava de “malhar na direita” enquanto empunhava um pau com ar ameaçador. Façamos de conta que a entrevista que um certo especialista em Economia, Direito, Ensino e Gestão fez a um certo presidente de um certo arquipélago não foi toda combinada. Façamos de conta que esse especialista até nem se deslocou reverencialmente a esse território de forma a efectuar essa mesma entrevista. Façamos de conta que Mário Crespo fez perguntas incómodas. Façamos de conta que Mário Crespo até perguntou porque pagou o governo da Madeira uma coluna de opinião do seu presidente num jornal credível (Diabo). Façamos de conta que nunca ministro, deputado ou politico desta nação combinou com entrevistadores como iria decorrer uma entrevista. Façamos de conta que Mário Crespo conhece o que é uma conversa privada e não o confunde com tentativa de pressão. Façamos de conta que Mário Crespo é militante do PS e sabe do que fala quando fala em medo no partido. Façamos de conta que o jornalismo em Portugal é sério. Façamos de conta que o jornalismo em Portugal é isento. Façamos de conta que os desmentidos de notícias neste país não são feito com notas de rodapé depois de parangonas a arruinar reputações. Façamos de conta que todas as informações dadas são primeiro confirmadas. Façamos de conta que os jornalistas em Portugal não têm ideologia politica e são todos isentos. Façamos de conta que Mário Crespo é um profissional sério e competente…

Está bem... façamos de conta

"
2009-02-09
Façamos de conta que nada aconteceu no Freeport. Que não houve invulgaridades no processo de licenciamento e que despachos ministeriais a três dias do fim de um governo são coisa normal. Que não houve tios e primos a falar para sobrinhas e sobrinhos e a referir montantes de milhões (contos, libras, euros?). Façamos de conta que a Universidade que licenciou José Sócrates não está fechada no meio de um caso de polícia com arguidos e tudo.

Façamos de conta que José Sócrates sabe mesmo falar Inglês. Façamos de conta que é de aceitar a tese do professor Freitas do Amaral de que, pelo que sabe, no Freeport está tudo bem e é em termos quid juris irrepreensível.

Façamos de conta que aceitamos o mestrado em Gestão com que na mesma entrevista Freitas do Amaral distinguiu o primeiro-ministro e façamos de conta que não é absurdo colocá-lo numa das "melhores posições no Mundo" para enfrentar a crise devido aos prodígios académicos que Freitas do Amaral lhe reconheceu. Façamos de conta que, como o afirma o professor Correia de Campos, tudo isto não passa de uma invenção dos média. Façamos de conta que o "Magalhães" é a sério e que nunca houve alunos/figurantes contratados para encenar acções de propaganda do Governo sobre a educação. Façamos de conta que a OCDE se pronunciou sobre a educação em Portugal considerando-a do melhor que há no Mundo.

Façamos de conta que Jorge Coelho nunca disse que "quem se mete com o PS leva". Façamos de conta que Augusto Santos Silva nunca disse que do que gostava mesmo era de "malhar na Direita" (acho que Klaus Barbie disse o mesmo da Esquerda). Façamos de conta que o director do Sol não declarou que teve pressões e ameaças de represálias económicas se publicasse reportagens sobre o Freeport.

Façamos de conta que o ministro da Presidência Pedro Silva Pereira não me telefonou a tentar saber por "onde é que eu ia começar" a entrevista que lhe fiz sobre o Freeport e não me voltou a telefonar pouco antes da entrevista a dizer que queria ser tratado por ministro e sem confianças de natureza pessoal. Façamos de conta que Edmundo Pedro não está preocupado com a "falta de liberdade". E Manuel Alegre também. Façamos de conta que não é infinitamente ridículo e perverso comparar o Caso Freeport ao Caso Dreyfus. Façamos de conta que não aconteceu nada com o professor Charrua e que não houve indagações da Polícia antes de manifestações legais de professores.

Façamos de conta que é normal a sequência de entrevistas do Ministério Público e são normais e de boa prática democrática as declarações do procurador-geral da República. Façamos de conta que não há SIS. Façamos de conta que o presidente da República não chamou o PGR sobre o Freeport e quando disse que isto era assunto de Estado não queria dizer nada disso. Façamos de conta que esta democracia está a funcionar e votemos. Votemos, já que temos a valsa começada, e o nada há-de acabar-se como todas as coisas. Votemos Chaves, Mugabe, Castro, Eduardo dos Santos, Kabila ou o que quer que seja. Votemos por unanimidade porque de facto não interessa.



A continuar assim, é só a fazer de conta que votamos."

Mário Crespo in JN

PORTUGAL QUATRO ANOS DEPOIS

RUI PEDRO ANTUNES
JOÃO PEDRO HENRIQUES
Como é que chegámos a este ponto de termos que ir almoçar a casa da tua mãe?" A pergunta que Nuno Silva, 39 anos, fez à mulher Isabel relata uma situação que o vendedor comercial "nem nos piores sonhos imaginava há quatro anos". Não são raras as vezes em que o casal e os dois filhos, de 7 e 15 anos, são obrigados a ir comer a "casa dos avós" por falta de dinheiro.

O "pesadelo" começou com uma história comum: a família Silva, tal como milhares de outras no País, recorreu a créditos para comprar casa e carro. Porém, de um momento para o outro, Isabel ficou desempregada e, segundo Nuno Silva, "tudo se complicou". O dinheiro, que já não era em abundância, deixou de ser suficiente para pagar os empréstimos aos bancos. Apesar das várias tentativas de Isabel para arranjar emprego, aos 37 anos, vê serem-lhe negadas as oportunidades de trabalhar numa caixa de supermercado ou num call center por ser "demasiado velha".

A situação da família Silva tem vindo a piorar de ano para ano. "Se não fosse a ajuda dos meus pais e dos meus sogros, não sei como seria", conta Nuno. O salário de vendedor "mal chega para pagar as contas" e muito menos para a prestação da casa, o que fez a família recorrer ao gabinete de apoio ao sobreendividamento da Deco.

No entanto, nem esta ajuda foi suficiente para evitar a primeira perda: o carro. Os vários meses de dívida tornaram impossíveis as negociações e o banco acabou mesmo por penhorar o veículo.

É num tom combalido que Nuno Silva lembra como foi perder o meio de transporte da família, há poucos dias: "Senti-me muito triste e, ao mesmo tempo, lembrava-me da alegria que tive no dia em que o fui buscar ao stand. Tive que o tirar da frente da minha casa para outra rua, para a minha família não ver o reboque a levar o 'nosso' carro".

A família Silva vive no Cacém, mas pelo País fora existem milhares de outros agregados familiares na mesma situação. Também o clã Martins, de Braga, vive com mais dificuldades do que há quatro anos. "Isto está muito mau. Muito pior. Em quatro anos a situação tornou-se extremamente assustadora". O desabafo é de Iracema Martins que, aos 63 anos, vive uma situação atípica. O filho perdeu o emprego há precisamente quatro anos e, segundo Iracema, "nunca mais conseguiu arranjar trabalho na área". Tal levou a que o agregado fosse aumentado, uma vez que o filho com 42 anos passou a viver na casa da família e a ficar dependente dos pais.

O único ordenado que entra na família Martins é o do marido de Iracema que aos 68 anos continua a trabalhar na venda de materiais de construção civil. "Mas o negócio está mau", conta. Segundo Iracema, a situação é ainda agravada pelo facto dos netos, com 20, 14 e 8 anos, "almoçarem muitas vezes lá em casa".

A vida destas famílias mudou tanto nos últimos quatro anos que a cultura, o lazer e até a própria alimentação passaram para segundo plano. "Já não é a mesma coisa nas idas ao supermercado e nem me lembro da última vez que fomos jantar fora. Também já não fazemos férias, limitamo-nos a ir uns dias à praia no Verão por causa dos miúdos", lamenta Nuno Silva. Já Iracema que "gosta muito de ler" passou a considerar a compra de um livro ou as idas ao cinema como "coisas supérfluas".

Com o afogo destes quatro anos até na saúde a família foi obrigada a cortar. "O dinheiro nunca chega para a farmácia e quando alguém precisa de ir a um médico privado, simplesmente, não vai", confessa Iracema.

Épocas como o início das aulas são autênticas dores de cabeça para a família Silva. No arranque do ano lectivo, Luana, de 7 anos, e Micael, de 15, só conseguiram ter os livros que precisavam porque Nuno desviou o dinheiro do subsídio de férias e os familiares ajudaram.

Quanto às culpas da situação, Nuno Silva não poupa o Governo dizendo que "quem gere não tem feito um bom trabalho". Porém, confessa "não perceber muito de política" e aponta o dedo às empresas: "Há por aí muitos patrões a aproveitarem-se da crise para despedirem trabalhadores e quem sofre são as famílias". Por outro lado, Iracema Martins diz que José Sócrates "até tem ajudado os mais velhos" e atribuí as culpas "à crise mundial".
Em 20 de Fevereiro de 2005 - passam hoje precisamente quatro anos - não foi só o PS que conquistou a primeira maioria absoluta da sua história. Foi também o PSD que, liderado por Pedro Santana Lopes, sofreu um dos maiores desaires eleitorais da sua história: 28,7%, 75 deputados e uma evidência: hoje, em tese, é possível fazer uma revisão constitucional sem os sociais--democratas. A esquerda parlamentar, em conjunto, representa quase 60% do eleitorado. E 143 em 230 deputados.

Mas o que parece sobrar das expectativas da esquerda vencedora em 2005 é muito pouco. José Medeiros Ferreira, professor universitário, ex-ministro dos Negócios Estrangeiros num governo PS (foi ele quem assinou o pedido de adesão de Portugal à então CEE) afirma que "ficou alguma coisa pelo caminho" na "esquerda moderna" que José Sócrates prometeu ao país na moção com que baseou a sua eleição, em 2004, como líder do PS.

"Foi péssima a prioridade dada ao défice público e basta ver agora como a Europa se mostra elástica com as imposições do Pacto de Estabilidade [que obrigariam a um défice máximo de 3% do PIB]", afirma o ex-ministro (e também ex-deputado, além de ex-lutador contra a ditadura antes do 25 de Abril).

Lamentavelmente, no seu entender, o PS "encarregou-se de fazer as reformas que a direita não quis fazer - e esse não querer não foi por acaso". Falhou portanto "na justiça social e na redistribuição da riqueza", querendo com isso dizer que "ficou sem bandeiras de esquerda". Ou, por outras palavras, há-de um dia ter "um regresso à oposição muito mais difícil" do que seria inicialmente previsível. Porque andará anos a ser criticado com reformas como as que levaram a ser aumentada a idade da reforma ou a diminuir as pensões.

André Freire, politólogo, que em algumas ocasiões tem colaborado com o PS (preparou, por exemplo, uma reforma eleitoral que os socialistas puseram rapidamente na gaveta), sublinha, precisamente, que um dos "pontos fracos" da governação "socrática" foi a sua propensão para actuar de "forma musculada". "Não se distinguiu das maiorias de Cavaco Silva, pelo contrário. E acho que até irá sofrer os efeitos perversos desta forma de governar mais cedo do que Cavaco Silva sofreu", afirma. "Este registo não é de esquerda moderna. Uma esquerda não trata os cidadãos como se fossem súbditos."

Segundo o politólogo, um dos "pontos fracos" da maioria socialista revelou-se também na reforma da segurança social. "Era necessária, tendo em vista a sua sustentatibilidade mas foi feita com os custos mal distribuídos." Dito de outra forma: "os custos dessa reforma recaíram sobretudo sobre os assalariados e menos sobre as empresas, os custos foram sobretudo para o trabalho e pouco para o capital."

Outro "ponto fraco" residiu, segundo André Freire, na "contradição" entre "aposta na ciência e tecnologia" e um "brutal desinvestimento nas universidades públicas". "Não se percebe como uma coisa se compagina com a outra."

Em Janeiro de 2006, Manuel Alegre desafiou o seu partido e concorreu às presidenciais contra o candidato oficial do partido, o fundador Mário Soares. Surpreendentemente (ou talvez não...) foi o primeiro no campeonato da esquerda nessa eleição, conquistando 21% dos votos, ou seja, cerca de 1,1 milhão de votos. Soares ficou-se pelos 15%. Alegre, aparentemente, "capturou" nessa eleição uma parte importante dos eleitores do PS já nessa altura descontentes.

Hoje, todos os dias, o vice-presidente da Assembleia da República continua a agitar o seu milhão de votos perante a direcção do PS, ameaçando romper e alimentando reuniões conjuntas com o Bloco de Esquerda, com desiludidos do PCP e com outros independentes de esquerda, nomeadamente da área sindical.

Falando ontem ao DN, o ex-candidato presidencial só recordou quatro medidas como algo que o PS possa reivindicar como de esquerda: o referendo ao aborto, a procriação medicamente assistida, o novo regime do divórcio e a Lei da Paridade. Tudo o resto é "desilusão". Se o Governo não cair entretanto, em Outubro se verá o destino eleitoral dessa desilusão.

in DN

é este o jornalismo que temos???????

Vejam bem...

Vejam bem este artigo do Sol:

"Sócrates comprou apartamento com desconto de 155 mil euros
O apartamento de José Sócrates, em Lisboa, segundo consta da escritura notarial, foi adquirido por 235 mil euros. Porém, dois anos antes, um apartamento igual foi comprado por 351 mil euros, valor mais aproximado da tabela da promotora imobiliária

Um emigrante português que estava isento do imposto de sisa comprou o seu apartamento por 70 200 contos (351 mil euros), ou seja, mais 50 por cento do que o valor declarado por Sócrates, avança hoje o Público.

Estes preços correspondem aos apartamentos sem arrecadação, sendo que a fracção do primeiro-ministro tem 183 metros quadrados e a do emigrante que pagou mais 175 metros.

Segundo o Público, o valor pago pelo emigrante é mais aproximado da tabela de preços da imobiliária no início dos anos 90. O preço que a imobiliária Richard Ellis pedia pelo apartamento comprado pelo então ministro-adjunto do primeiro-ministro era de 78 mil contos (390 mil euros), igual ao do imóvel adquirido pelo emigrante.

José Sócrates garantiu ao jornal diário que pagou o «valor que corresponde à tabela de preços praticada na altura pela agência imobiliária», tendo liquidado o imposto de sisa correspondente. «Qualquer insinuação no sentido do incumprimento das minhas obrigações fiscais só pode ser por mim considerada como caluniosa e difamatória».

Tendo em conta os valores que constam das escrituras, Sócrates teve um desconto de 31 mil contos (155 mil euros), cerca de 40% abaixo do preço inscrito na primeira tabela, enquanto o desconto do emigrante foi de 7800 contos, cerca de 10 por cento sobre o preço pedido pela imobiliária.

SOL"

E não há uma campanha negra????

quinta-feira, fevereiro 19, 2009

Lamentável...

A JSD fez agora um vídeo para insultar o primeiro-ministro José Sócrates. A coberto do PSD a JSD vai desfiando mentiras e insultos. Este caso é paradigmático do controlo que certos partidos têm sobre certas juventudes partidárias. A JSD está a fazer o trabalho sujo do PSD. São a face visível de um partido que sem ideias, sem estratégia e profundamente dividido se limita a acenar a bandeira do insulto, da desconfiança e da mentira na tentativa de desacreditar o secretário-geral do PS. Quem perde em última análise é a democracia portuguesa. O PSD e a JSD outrora organizações de respeito e credibilidade politica estão transformados em organizações demagógicas e panfletárias. Não estão em condições de governar. Não têm uma atitude política responsável e não colocam o interesse nacional acima da mesquinhez partidária. É assim que querem merecer a confiança dos portugueses? Lamentável…

"Altamente"

"Apesar de os números do desemprego terem saído menos maus do que todas as previsões (até as do próprio Governo!), a Presidente do PSD conseguiu comentar que eles são "altamente preocupantes".
Se eles fossem os que eram previstos, que comentário é que ela faria? E se fossem os números da Espanha -- que vai nos 14% de desemprego, a caminho dos 19% --, que expressão é que ela usaria?
O que é realmente preocupante é que Ferreira Leite estava à espera de explorar oportunisticamente a forte subida de desemprego que se previa e depois nem sequer teve o cuidado de corrigir a "frase assassina" que tinha preparado..."

Prof. Vital Moreira in http://causa-nossa.blogspot.com/

quarta-feira, fevereiro 11, 2009

Se és…

Comentador ou jornalista da bola, analista ou policia do crime e do caso Maddie, argumentista de novela manhosa ou batanete… Vem juntar-te a nós! Vem ser autarca do PSD. Tens uma carreira à tua espera…

CICLO DE FORMAÇÃO DO JOVEM AUTARCA SOCIALISTA JS FAUL: MÓDULO II

A JS FAUL e a JS Concelhia de Sintra convidam-te a participar no Modulo II do ciclo de formação do jovem autarca socialista da JS FAUL:


Módulo II: A Assembleia Municipal

Local: Secção do PS Sintra

Oradores: Hugo Lobo (Economista e Deputado à Assembleia Municipal de Lisboa), e Rui Pereira (Presidente da CPC PS Sintra e Vereador CM Sintra)

Parceria: JS Concelhia de Sintra

Data: 15 de Fevereiro (Domingo) pelas 16h

Inscrições com Daniel Almeida: 93 951 21 79/ 96 039 30 31

Expressões da Igreja Católica podem «incentivar homofobia»

Em reacção às palavras da Conferência Episcopal Portuguesa que considera que o casamento entre pessoas do mesmo sexo é uma ameaça à sociedade, o dirigente da Juventude Socialista, Duarte Cordeiro, mostra-se desagrado com os termos utilizados pela Igreja Católica, considerando que podem «incentivar a homofobia».

A Conferência Episcopal Portuguesa considera que o casamento entre pessoas do mesmo sexo é uma ameaça à sociedade, embora não faça um apelo aos católicos para que se mobilizem contra a proposta.



O secretário-geral da Juventude Socialista, Duarte Cordeiro, diz que não fica surpreendido com a posição da Igreja Católica sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo, mas afirma-se desagradado com os termos utilizados.

«A Igreja em relação a esta matéria esquece-se que vivemos numa sociedade conservadora, em algumas zonas do país e este tipo de afirmação da forma como foi feita, com as expressões que foram utilizadas, incentiva alguma homofobia no nosso país. Esse é o aspecto que me preocupa e me desagradou, da forma como a Igreja transmite as suas posições, um bocadinho alarmista, procurando criar confusão desnecessária», salienta.

O casamento entre pessoas do mesmo sexo faz parte da moção com que José Sócrates se recandidata à liderança do PS e que será apresentada no Congresso dos socialistas, agendado para o final do mês.


in TSF.pt

segunda-feira, fevereiro 09, 2009

BE

Não vi muito do que se passou na convenção do bloco de esquerda.
Mas do pouco que vi há algo que não consigo entender. Como é que alguém que diz que quer fazer uma grande plataforma de esquerda pode passar uma convenção inteira sem uma critica à direita? Como é que alguém que diz querer fazer a “grande esquerda” pode levar um fim-de-semana inteiro a zurzir precisamente no maior partido dessa mesma esquerda. Não houve uma palavra de abertura ao diálogo com o PS ou com o PCP. Critica, critica e mais critica.
Um partido que nunca passou dos 10% de votos em urna arroga-se no direito de dizer: Vocês que são os partidos históricos da esquerda nacional, abdiquem das vossas ideias e juntem-se nós. Nós temos a verdade absoluta. Só nós estamos certos.
Os sinais com o caso Sá Fernandes já não eram animadores. O absolutismo ideológico é evidente. A ortodoxia ficou patente. O BE já não consegue disfarçar. Por detrás da capa de um discurso dito moderno está um ideal profundamente antidemocrático e mergulhado nos tempos sombrios do passado. Após esta convenção fica mais um sinal claro de que o PS só pode contar consigo em qualquer tabuleiro eleitoral onde se jogue.
É esta a pseudo-esquerda que temos: Ortodoxa, antidemocrática, conservadora.
Para opor a esta esquerda apenas existe a esquerda moderna, democrática, aberta ao diálogo e à modernidade, a esquerda da construção europeia, a esquerda do mercado regulado. A esquerda do PS!

quarta-feira, fevereiro 04, 2009

Critica Vs. Insulto

Sempre tive bem presente a diferença entre insulto e critica política. Desde muito novo que me ensinaram a perceber a fronteira entre o que é pessoal e aquilo que é político. Vem isto a propósito do novo cartaz da JSD onde o primeiro-ministro aparece retratado de forma insultuosa.
Não prestigia a democracia, não engrandece o debate e não dignifica a organização promotora.
Já todos sabíamos que a JSD é uma estrutura inexistente. Incapaz de ter uma ideia ou uma intervenção forte. Rio de Mouro é aliás o exemplo acabado da total inexistência política da JSD: nenhuma ideia, nenhum contributo! O que ninguém poderia supor é que atrás da total incapacidade de colocar ideias e formular propostas viesse o insulto, a demagogia e a mentira.
Esperemos para ouvir o que tem a dizer a direcção nacional do PSD a este cartaz.
Espero que a JS e outras juventudes partidárias não respondam a este tipo de ataque que de tão pouco digno não chega a ser merecedor de resposta. O debate político e a democracia não se fazem assim…

terça-feira, fevereiro 03, 2009

Manual de instruções para campanhas negras

Há um equívoco muito generalizado: é mais fácil desenvolver uma campanha negra envolvendo um vizinho, um colega de trabalho ou mesmo um familiar.
Nada de mais errado. Não hesite, pense em grande. A evidência empírica revela que uma campanha bem orquestrada pode ser eficaz se dirigida a um artista de televisão com particular notoriedade ou até mesmo, pasme-se, a um político.
Após criteriosa selecção do alvo, há que passar à fase a que os especialistas chamam de contextualização. Esta, isoladamente, não produz qualquer efeito - razão porque foi, durante tanto tempo, menosprezada. Contudo, como revelam diversos casos de sucesso, é decisiva. Deve agora proceder à escolha da natureza da campanha. As acusações mais seguras continuam a ser o enriquecimento ilícito e tudo o que remeta para comportamentos sexuais. Se optar pela segunda hipótese, tenha presente que relações extra-conjugais têm taxas de sucesso marginais. Pelo contrário, há evidência empírica que demonstra a robustez de campanhas assentes em alegações de relações homossexuais ou até comportamentos sexuais desviantes. No passado, havia dois instrumentos preferenciais para a contextualização: as cartas anónimas e o "ouvi dizer". Se bem que estes mecanismos ainda revelem assinalável eficácia, as novas tecnologias abriram novas possibilidades. Escreva um ‘email' e ponha a circulá-lo. As caixas de comentários dos jornais ‘online', fóruns e ‘blogs' têm-se revelado particularmente úteis.
Seja paciente e aguarde dois, três anos. Não suspenda a sua actividade, aproveite este período para estabelecer alguns contactos (junto de "amplificadores selectivos) e, não menos importante, pesquise informação sobre o seu alvo, bem como os seus familiares. Recorra a um motor de busca na ‘net' e, se tiver recursos, utilize um serviço de ‘clipping'. A informação disponível vai surpreendê-lo. Nesta altura tem de insinuar-se junto dos "amplificadores selectivos". Há tipos preferenciais de amplificadores com quem convém desenvolver uma boa relação: um jornalista e alguém, no mínimo, com acesso à fotocopiadora no Ministério Público e/ou na Polícia Judiciária.
Chegou agora a fase decisiva. É o momento para a campanha se tornar visível. Se a contextualização tiver decorrido bem, até você se vai surpreender com os níveis de credulidade. Mesmo um facto com escassa solidez revelar-se-á verosímil. Não se preocupe muito com o modo como esse facto vai ser posto à prova. O mais provável é que não o seja e, caso isso aconteça, se ele tiver sido devidamente amplificado, pouco importa que venha a ser desconsiderado. O resultado pretendido já foi alcançado. Assim que tiver feito chegar a denúncia às autoridades, coloque rapidamente o "seu" jornalista ao corrente.
Tem agora uma semana para mobilizar toda a informação que entretanto recolheu e plantá-la criteriosamente junto dos media. Não se preocupe em estabelecer relações de causa e efeito, basta associar factos. Vai ver que funciona. Há também um princípio elementar: ainda que continue a privilegiar o jornalista que primeiro deu voz à campanha, é agora importante diversificar. Há um mecanismo que se tem revelado muito conseguido: dar uma notícia parcialmente a um jornal e completá-la com informação à noite numa televisão. Por esta altura, deverá existir um caldo cultural propício a envolver familiares. Avance.
O essencial do seu trabalho está feito. Tirando algumas intervenções cirúrgicas, a competição pelas audiências entre os media encarregar-se-á de fazer o resto. Assistirá a um fenómeno curioso: as notícias serão dadas várias vezes, como se se tratasse de novidade, mesmo que tenham sido desmentidas, e os órgãos de comunicação amplificarão as notícias uns dos outros, sem qualquer critério. Neste momento, o nome do seu alvo deve surgir invariavelmente associado a expressões como "suspeito", "arguido", "implicado", "envolvido". Ainda que na verdade não haja nenhum indício, é o momento em que os comentadores estarão a falar da fragilidade em que se encontra, da necessidade de se explicar ou, até, de colocar o lugar à disposição. Pode, em casa, assistir confortavelmente ao desenrolar da campanha.
Apesar da natureza simples deste tipo de campanha, os mais temerosos têm procurado saber quais são os riscos para os autores morais. A literatura refere alguns casos que se revelaram problemáticos. Contudo, são excepções e só foram deslindados muito tempo depois. O "protocolos dos Sábios de Sião", o caso Dreyfus e o de George Edalji em Inglaterra são disto exemplo. Mais recentemente, na Bélgica, as autoridades revelaram particular celeridade em desmontar a campanha movida contra o ex-ministro Elio di Rupo. Mas, para quem opera a partir da Europa do Sul, não há motivos para preocupação. A coligação entre aqueles que defendem o primado do Estado de direito é de tal modo frágil que, facilmente, serão derrotados pela sólida união entre péssimo jornalismo e investigação negligente.
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Pedro Adão e Silva, Professor universitário