segunda-feira, fevereiro 09, 2009

BE

Não vi muito do que se passou na convenção do bloco de esquerda.
Mas do pouco que vi há algo que não consigo entender. Como é que alguém que diz que quer fazer uma grande plataforma de esquerda pode passar uma convenção inteira sem uma critica à direita? Como é que alguém que diz querer fazer a “grande esquerda” pode levar um fim-de-semana inteiro a zurzir precisamente no maior partido dessa mesma esquerda. Não houve uma palavra de abertura ao diálogo com o PS ou com o PCP. Critica, critica e mais critica.
Um partido que nunca passou dos 10% de votos em urna arroga-se no direito de dizer: Vocês que são os partidos históricos da esquerda nacional, abdiquem das vossas ideias e juntem-se nós. Nós temos a verdade absoluta. Só nós estamos certos.
Os sinais com o caso Sá Fernandes já não eram animadores. O absolutismo ideológico é evidente. A ortodoxia ficou patente. O BE já não consegue disfarçar. Por detrás da capa de um discurso dito moderno está um ideal profundamente antidemocrático e mergulhado nos tempos sombrios do passado. Após esta convenção fica mais um sinal claro de que o PS só pode contar consigo em qualquer tabuleiro eleitoral onde se jogue.
É esta a pseudo-esquerda que temos: Ortodoxa, antidemocrática, conservadora.
Para opor a esta esquerda apenas existe a esquerda moderna, democrática, aberta ao diálogo e à modernidade, a esquerda da construção europeia, a esquerda do mercado regulado. A esquerda do PS!