sexta-feira, fevereiro 20, 2009

Façamos (mesmo!!!) de conta…

Façamos de conta que toda a verdade do caso Freeport já está apurada e que não houve policias, jornalistas e políticos julgados em 2006 por tentativa de conspiração contra aquele que na altura era secretário-geral do maior partido da oposição. Façamos de conta que um primeiro-ministro cessante nunca lançou suspeitas sobre a orientação sexual de um político adversário em Portugal. Façamos de conta que Mário Crespo é especialista em Direito público e pode julgar se os processos administrativos são bem ou mal conduzidos. Façamos de conta que no caso “Portucale” não se despachou um massivo abate de sobreiros também a meia dúzia de dias do fim do mandato. Façamos de conta que isso não aconteceu. Façamos de conta que a família se escolhe e não é aquela que se tem. Façamos de conta que essa familia serve para atacar alguém. Façamos de conta que a universidade que licenciou José Sócrates não foi mandada fechar por um governo liderado pelo mesmo (que medo que ele tinha!! ) após anos de situações mal explicadas. Façamos de conta que Mário Crespo é professor de inglês e por isso capaz de avaliar o inglês de cada um (que diria Mário Crespo do francês de Soares???). Façamos de conta, porque dá jeito, que Freitas do Amaral não é o maior especialista em Direito Administrativo do país.

Façamos de conta que Mário Crespo para além de especialista em inglês, especialista em Direito Administrativo e perito em ensino universitário é ainda catedrático de economia e gestão e por isso perfeitamente capaz de desdizer do papel do primeiro-ministro na condução do país durante a crise. Façamos de conta que o governo português não tomou medidas contra a crise que semanas depois foram secundadas por toda a União Europeia. Façamos de conta que não existem milhares de crianças do ensino básico a ter contacto com as novas tecnologias e que na avaliação do European Inovations Score Award, Portugal não foi o quinto país que mais progrediu tecnologicamente com uma aceleração que o presidente do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, José Tribolet, considera que era necessária. Façamos de conta que uma perita da OCDE não escreveu um editorial altamente elogiador da política de educação praticada em Portugal. Façamos de conta que Jorge Coelho não falou numa reunião privada e em termos jocosos. Façamos de conta que Augusto Santos Silva disse que gostava de “malhar na direita” enquanto empunhava um pau com ar ameaçador. Façamos de conta que a entrevista que um certo especialista em Economia, Direito, Ensino e Gestão fez a um certo presidente de um certo arquipélago não foi toda combinada. Façamos de conta que esse especialista até nem se deslocou reverencialmente a esse território de forma a efectuar essa mesma entrevista. Façamos de conta que Mário Crespo fez perguntas incómodas. Façamos de conta que Mário Crespo até perguntou porque pagou o governo da Madeira uma coluna de opinião do seu presidente num jornal credível (Diabo). Façamos de conta que nunca ministro, deputado ou politico desta nação combinou com entrevistadores como iria decorrer uma entrevista. Façamos de conta que Mário Crespo conhece o que é uma conversa privada e não o confunde com tentativa de pressão. Façamos de conta que Mário Crespo é militante do PS e sabe do que fala quando fala em medo no partido. Façamos de conta que o jornalismo em Portugal é sério. Façamos de conta que o jornalismo em Portugal é isento. Façamos de conta que os desmentidos de notícias neste país não são feito com notas de rodapé depois de parangonas a arruinar reputações. Façamos de conta que todas as informações dadas são primeiro confirmadas. Façamos de conta que os jornalistas em Portugal não têm ideologia politica e são todos isentos. Façamos de conta que Mário Crespo é um profissional sério e competente…