Exmo. Sr. Presidente da Assembleia de Freguesia
Exmo. Sr. Presidente da Junta de Freguesia
Exmo. Sr. Vereador da Câmara Municipal de Sintra
Demais eleitos
Exmo. Sr. Comandante do Posto da GNR, uma palavra especial em vésperas de nos deixarem, com um sentido agradecimento pelo serviço prestado
Exmos. Srs. Representantes da Comunicação Social
Demais convidados
Celebramos hoje o 14º aniversário da elevação de Rio de Mouro a vila.
Permitam-me que as primeiras palavras sejam dirigidas a todos aqueles que contribuíram para a efeméride que hoje celebramos.
Rio de Mouro, fruto de um crescimento acelerado nem sempre regrado e nem sempre estruturado, tem problemas bem identificados e que importa hoje aqui referir.
Sabemos que na origem destes problemas esteve o tal crescimento desregrado, associado á necessidade de responder a migrações internas e externas de pessoas que procuram nas grandes cidades a sua realização pessoal.
Temos uma vila com carências graves ao nível de infra-estruturas de lazer e espaços verdes, somos uma freguesia com uma rede viária e equipamentos colectivos em degradação, somos uma freguesia que sofre com o tratamento dispensado por alguns organismos municipais. Dou hoje aqui como exemplo, a situação incrível que se passa na Estrada Marquês de Pombal associada aos SMAS.
Todos estes problemas estão bem referenciados e aguardam resolução, que acreditamos todos, será breve e terminará com sucesso. Temos condições para isso.
Mas de todos os problemas de Rio de Mouro, gostaríamos hoje, dia de celebração da elevação de Rio de Mouro a vila, colocar aquele que porventura será o maior de todos e de resolução mais difícil:
O Sentimento de todos aqueles que aqui habitam em relação ao sitio onde vivem.
E é o de mais difícil resolução, até por não ter solução directa e evidente.
O progresso dividiu fisicamente a nossa vila em 2 colocando o IC-19 como barreira á união entre 2 pólos. A norte ficou o crescimento urbano com as suas carências ao nível de infra-estruturas, a sul ficou uma zona ainda com traços de profunda ruralidade, associada a quintas e casais agrícolas, propriedade de famílias abastadas que tinham as suas propriedades em Rio de Mouro, pasme-se, para férias! Foi também nesta zona que surgiu o primeiro núcleo industrial do concelho se Sintra com o aparecimento da fábrica de tinturaria e estamparia. No final do século XIX nasce também aqui a primeira colectividade, a sociedade 1º de Dezembro.
Seremos nós capazes de preservar o património e matriz histórico da nossa freguesia, especialmente do núcleo sul da nossa vila?
Seremos nós capazes de dotar a nossa vila de infra-estruturas e equipamentos públicos com qualidade e dimensão comparáveis ao volume de população que aqui trabalha e reside?
Seremos nós capazes de preservar a matriz actual, requalificar e preservar a zona a sul do IC-19?
Seremos nós capazes de colocar a zona rural e florestal como “escape” á densidade urbana da parte norte?
Estes são os nossos desafios.
Consideramos tal como Sócrates, o filósofo, que “Uma vida sem desafios não vale a pena ser vivida”.
Faço parte de uma geração que foi nascida e criada na freguesia de Rio de Mouro. Quiçá a 1ª geração cuja maioria de nós, chegados os meses de verão, não comenta com amigos e vizinhos a sua intenção de “ir á terra”.
Já estamos na nossa “Terra”.
É este sentimento de pertença a uma localidade que coloca a Rio de Mouro o seu mais nobre desafio…
Temos de dotar a nossa vila dos meios necessários para estimular nas suas gentes o apego á sua terra e o interesse a tudo aquilo a que a ela está ligado.
Este é o desafio fundamental!
Só assim conquistaremos o futuro de forma sustentada.
É necessária uma mudança no paradigma relacional entre Rio de Mouro e a sua população.
Temos de transformar, o que começou por ser uma necessidade, numa afectuosidade.
Temos de criar o Rio de Mouro “dos afectos”.
Ganho este desafio, e com a quantidade de jovens que aqui vivem ou trabalham verdadeiramente apegados á sua terra, teremos ganho o mais importante dos combates. O do Futuro. O da ligação desta nossa terra a gerações e gerações de nós.
Uma última palavra para todos aqueles que hoje serão homenageados. O PS apresenta as mais calorosas saudações ás pessoas e instituições da nossa vila que lhe deram mais dimensão e contribuíram para a melhorar ou preservar. Pessoas que aqui vivem e viveram as suas vidas e instituições que muito dignificaram a freguesia ao estarem situadas na nossa terra. Um muito bem – haja a todos vós. São seguramente o início da utopia do “Rio de Mouro dos afectos”. Sejamos todos capazes de seguir o vosso exemplo e tornar a nossa querida vila num melhor lugar para todos…
Muito Obrigado.